É POSSÍVEL ENSINAR ANATOMIA DE FORMA REMOTA?

  • Autor
  • Josivaldo Bezerra Soares
  • Co-autores
  • Luciana Barbosa Sousa de Lucena
  • Resumo
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    Introdução: O distanciamento social, devido a doença por novo coronavírus (COVID-19), promoveu a transição do ensino presencial para um ambiente virtual, gerando desafios educacionais, como a adoção de novas tecnologias e estratégias de ensino. Em relação a anatomia, há um desafio único: a abordagem online não permite o estudo em cadáveres humanos, que é importante para a compreensão das relações espaciais entre as estruturas. Objetivo: Avaliar os recursos tecnológicos usados no ensino remoto da anatomia durante a pandemia da COVID-19, destacando suas principais vantagens e desvantagens. Método: Revisão narrativa com buscas nas bases de dados PubMed, Embase e MEDLINE. Foram utilizados os descritores “anatomy”, “learning” e “COVID-19”, bem como o operador booleano "and". Os critérios de elegibilidade consistiram em estudos primários e secundários com texto completo e gratuito em inglês. Resultados: Dentre 68 artigos encontrados, foram selecionados nove. Uma variedade de recursos digitais está sendo utilizada para a educação anatômica, tais como: plataformas de videoconferência; softwares de anatomia; imagens detalhadas de cadáveres; vídeos de dissecação; realidade virtual; realidade aumentada; impressão 3D e mesa de dissecação virtual. As principais vantagens reconhecidas foram a produção e o aprendizado de novas pedagogias e recursos online, bem como colaborações acadêmicas. Outros pontos positivos foram flexibilidade de horário, experimentação e feedback de métodos de ensino, participação de anatomistas internacionais e maior foco nos aspectos visuais da apresentação. As desvantagens relatadas incluem maior tempo para aprender e produzir novos recursos, acesso restrito ou precário à Internet e preço alto de muitos softwares, além de reduções no envolvimento dos alunos e restrições éticas e legais de exibição de corpos doados. Apesar dos avanços tecnológicos, as aulas práticas em laboratório e, com isso, métodos ideais, como a dissecação, são considerados mais eficazes, uma vez que pode ser difícil ter uma percepção do real em um corpo virtual. Conclusão: A COVID-19 impulsionou os anatomistas a utilizarem variadas inovações tecnológicas, as quais não substituem as aulas práticas, pois a observação direta do cadáver é considerada essencial ao aprendizado. No entanto, os novos recursos didáticos são extremamente válidos na forma de ensino híbrido, sendo importante integrá-los ao ensino tradicional presencial, a fim de facilitar a compreensão da anatomia.

     

  • Palavras-chave
  • Anatomia; Ensino online; Pandemia; COVID-19.
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